sábado, 27 de abril de 2013

A Face Oculta da Lua

Com o advento da luneta de Galileu Galilei os astros celestes começaram a ser desenhados como vistos através de instrumentos óticos. O primeiro desses registros foi o da topografia lunar executado pelo próprio Galileu com sua lunetinha de 33mm. Dessa forma, a humanidade tomou conhecimento que a Lua não era lisa e perfeita, e que os ''mares'' não eram mares de água como os da Terra.



Apesar da descoberta, perceberam que a face da Lua voltada para a Terra sempre foi a mesma. A Lua tem um lado oculto, equivocadamente chamado de “lado escuro”. Ter um lado oculto não quer dizer que ele seja escuro. A Lua, assim como o nosso planeta, gira em torno de seu próprio eixo. Ou seja: tem um ciclo de dia e noite, com cada centímetro da sua superfície sendo iluminado pelo Sol por um determinado período a cada giro completo.


A gente vê sempre o mesmo lado da Lua porque a atração gravitacional exercida pela Terra forçou a ocultação permanente da outra face. Ao longo do tempo, a interação gravitacional entre os dois corpos celestes fez com que o satélite ficasse trancado numa espécie de sincronização entre seus períodos de rotação (o giro da Lua em torno de si mesma) e translação (a volta que ela dá ao redor do nosso planeta). Os dois levam um pouco menos de 4 semanas para ser completados. É a duração do mês lunar.

Face visível da Lua e lado oposto (oculto)


ROTAÇÃO

É o giro que a Lua dá em torno de seu próprio eixo. Nosso satélite natural precisa de exatamente 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 11 segundos para concluir esse movimento (mesmo tempo necessário para dar uma volta completa em torno da Terra).

TRANSLAÇÃO

Movimento que a Lua faz ao redor da Terra. Como o tempo gasto para dar uma volta completa no planeta é o mesmo que o satélite leva para girar em torno de si mesmo, ele acaba ficando sempre com a mesma face voltada para a nossa direção.

SINCRONIA

Rotação e translação demoram o mesmo tempo para ser completadas porque, ao longo de bilhões de anos, a interação gravitacional entre a Lua e a Terra forçou essa sincronização. É o que os astrônomos chamam de acoplamento de maré.

O ponto vermelho (no desenho) é o centro da face da Lua sempre apontada para a Terra. E o ponto verde é o centro da face da Lua que nunca conseguimos ver daqui da Terra, independente da posição da Lua em relação ao nosso planeta.

Repare na imagem que o ponto verde, sempre oculto, pode estar num lado claro (iluminado) ou escuro (não iluminado) da Lua. Ele sempre estará numa posição em que nos é impossível vê-lo daqui da Terra. Logo, ele está na face oculta da Lua. Mas ele pode estar ou não iluminado pelo Sol. Logo, face oculta (impossível de ser vista da Terra) e face escura (sem luz solar) são duas coisas bem diferentes.

Muitas naves tripuladas e não tripuladas - inclusive as famosas missões Apollo e seus astronautas americanos - fotografaram e filmaram essa região do nosso satélite natural. Não encontraram nada de esquisito, somente pedras, areia, crateras e montanhas. E ratificaram o que os astrônomos já estavam carecas de saber: a Lua não tem "lado escuro" nenhum, mas uma face que nunca é vista por quem olha aqui da Terra.

Fonte: Revista Superinteressante; Grupo de Astronomia Sputnik

2 comentários:

Alexandre Gangorra disse...

Obrigado pela visita.
Parabéns pelo seu blog e pelo sucesso de suas postagens.
Segue a indicação do mesmo!
Um grande abraço e seja sempre bem vinda!

Andrés Esteban de la Plaza disse...

Lembremos que o desenho da órbita da Lua e das fases da mesma correspondem à vista desde o Hemisfério Norte!
No Hemisfério Sul a Lua gira em sentido horário na sua órbita e o Quarto Crescente e Minguante tem as posições invertidas com respeito às do Hemisfério Norte. Ou seja, Quarto Crescente o lado iluminado à esquerda e Quarto Minguante o lado iluminado à direita.
Finalmente, o último quadro apresentado corresponde ao movimento visto desde o Hemisfério Sul, ou seja em sentido horário.
Uma excelente página com os gráficos para a vista da órbita lunar e as fases desde o Hemisfério Sul está em:
http://astro.if.ufrgs.br/lua/