terça-feira, 20 de agosto de 2013

Astronomia na bandeira do Brasil

Na bandeira do Brasil, aparecem nove constelações, desenhadas em uma esfera que representa o firmamento. As estrelas nela representadas correspondem ao aspecto do céu na cidade do Rio de Janeiro às 8:30h do dia 15 de novembro de 1889 (local e data da proclamação da república). As constelações, algumas completas outras parciais, são: Cruzeiro do Sul, Cão Maior, Cão Menor, Carina, Escorpião, Hidra Fêmea, Oitante, Triângulo Austral e Virgem.

É possível perceber que a escolha da estrela representante de cada estado procura seguir uma correspondência (não muito rígida) entre a localização do estado no território brasileiro (associado a algum aspecto político/ histórico do mesmo) e a localização da estrela no céu. No total, são 27 estrelas representando os atuais 26 estados e o distrito federal.

Cada vez que um Estado é extinto retira-se sua estrela. Quando ocorre uma fusão, apenas uma permanece para representar o novo Estado. Novas estrelas podem ser acrescentadas, na medida da criação de novos Estados, sempre obedecendo à configuração original.


Apesar de sua beleza, a bandeira apresenta certas peculiaridades (complexidade de representação e erros astronômicos) e poucos brasileiros conhecem sua configuração.

Ao contrário do que muitos pensam, Alfa da Virgem, ou Spica (aquela estrela que aparece isolada sobre a faixa "Ordem e Progresso") não representa o Distrito Federal. Spica representa o estado do Pará que, à época da proclamação da República, era o estado cuja capital configurava-se como a mais setentrional do país. No entanto, existe a tese de que esta estrela representa o Pará por ter sido o último estado da federação a aderir à Independência

O Distrito Federal é representado pela Sigma do Octante, a menos brilhante de todas as estrelas da nossa bandeira. Essa estrela é tão pouco brilhante que está próxima ao limite de visualização a olho nu. Ela, contudo foi escolhida para representar o Distrito Federal por estar bem próxima ao pólo sul celeste. Sendo assim ela não apenas está sempre no céu (em qualquer dia e qualquer horário) para nós do hemisfério sul, como também vemos, durante uma noite, todas as estrelas "girarem" em torno dela.

O Escorpião, por sua vez, constelação das mais fáceis de reconhecer no céu, foi tão desfigurado na bandeira que se tornou quase impossível identificar os astros que o compõem. 


A constelação do Cruzeiro do Sul foi representada em sua passagem pelo meridiano do Rio de Janeiro, ou seja, em pé. Quando isso ocorreu eram 8h30min. do dia 15 de novembro de 1889, o que não coincidia com a hora provável da proclamação da República que deve ter ocorrido às 11h, quando o Cruzeiro do Sul já tinha passado do meridiano e começava a se pôr em direção ao horizonte oeste.

Um fato lamentável é que as estrelas estão invertidas em relação à disposição que as vemos no céu, dificultando bastante a comparação dessas representações com suas referências reais por um observador (curioso ou um estudante). As estrelas na Bandeira Brasileira devem ser consideradas como vistas por um observador "situado fora da esfera celeste". Nesse caso, teríamos que imaginar o ponto de vista de um astronauta situado no espaço e entre ele a a terra estariam as estrelas.

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